segunda-feira, 20 de abril de 2009

dEscrÉdItO tOtAl

Pois é o concurso dos rotários ontem entrou em rota de desacreditação total.
Eu estive lá por isso sei aquilo que vou escrever!
Foi vergonhosa a atribuição dos prémios feitos daquela maneira, houve nitidamente distribuição de prémios ora tantos para aqui e outros tantos para ali.
A vergonha da noite a atribuição do prémio de canção portuguesa a uma "indivídua" que nem merecia estar na final. Uma dicção não existente uma voz entubada sem linha condutora de voz e muito mais..........mas é aluna na ESMAE do sr. Oliveira Lopes que como todos sabem tem os créditos, melhor descrédito com docente de canto que se sabe. O prémio deveria ter sido entregue à Susana Gaspar esteve fantástica com uma dicção irrepreensível e um sentido do texto absolutamente fantástico.
Ana Maria Pinto foi a injustiçada da noite bem como a Raquel Luís. 
Hugo Oliveira foi a surpresa da noite mas não pelos melhores motivos, canta bem mas o rapaz é barítono e não baixo-barítono como se apregoa. Não tem a passagem resolvida por isso canta repertório que não cheguei à dita cuja. Nota-se que a voz tem um espectro agudo por descobrir. Não cantou para um 1º prémio.
2º prémio à Sónia Grané, não. É um soubrette com potencial mas ainda há problemas a resolver o Handel não foi uma escolha feliz. Este lugar deveria ter sido atribuído ao Carlos Nogueira, o único tenor, e com momentos absolutamente fantásticos, lembro-me a ária Un'aura, com ppp de arrepiar.
A voz que encheu o espaço foi a da Raquel Luís, lembro que a Raquel na edição anterior em que participou cantou como soprano e na altura cantou uma Governess que deixou lembranças.
Basicamente esta farsa foi uma distribuição de galhardetes entre Lisboa e Porto, Porto refiro-me logicamente ao sr. que não quero voltar a escrever o nome.

Deixo uma nota aos responsáveis pela fundação rotária organizadora deste concurso; se querem dar credibilidade ao concurso mudem a orgânica do mesmo e mudem algumas pessoas do júri.
No júri deveria ter na sua constituição alguém como por exemplo um maestro, lembro-me do maestro António Saiote, pessoa mais que válida na área e com sentido de justiça. Cantores portugueses que não sejam professores, falo de um Carlos Guilherme, uma Carla Caramujo, um Mário João Alves, um Luís Rodrigues...
Não pensem em internacionalizar o concurso enquanto não "arrumarem" a casa.

15 comentários:

Meow disse...

Concordo contigo,Pepe. 2º Prémio à eleita do Conservatório nem pensar! A Raquel Luís e a Ana Pinto mereciam um bom prémio e nem um pequenino receberam. Por isso, é que os concursos em Portugal são o que são. Enquanto não houver um júri idóneo e imparcial, não vale a pena gastarmos as nossas vozes para isto.

Anónimo disse...

Concordo plenamente! Aquele prémio de música portuguesa... Por favor...!!! Fiquei muito triste por a Raquel Luís não ter ganho nada! Porque como disseste, ela foi a única que conseguiu encher aquele espaço.

Anónimo disse...

Foi um concurso à Portuguesa.
As pessoas que estão no juri estao completamente desactualizadas em relação a tecnica utilizada nos dias de hj. E por isso considerarem como disse e mt bem a "Sobrette" Sonia Grane uma soprano lirica-dramatica, como ja ouvi da boca de alguns deles e de pessoas proximas a Sonia. A dita menina, que já é uma senhora,(e não deveria andar a passear-se no meio do publico, com o vestido de cena enquanto corriam as votações do proprio publico e do juri) deveria ter juizo e saber o seu lugar, ja para nao falar das pessoas que a fazem pensar como ela pensa. A Susana a Raquel e o Carlos sem duvida mostraram ter um potencial mt grande, maturidade vocal e tecnicamente mt consistentes e cantaram para merecer um dos 1ºs lugares, nunca um 4º lugar para o Carlos Nogueira nem um 3º para a Susana Gaspar e mt menos nada para a Raquel Luís!

mas o que se ha de fazer.... estamos em Portugal e em Portugal pensasse em pequenino, infelizmente.


Obrigada por ter a coragem de escrever no seu blog estes textos que denunciam a podridão que está por tras do nosso ensino artistico- musical e correspondentes concursos, jurados e organizadores.

pEdrO fIgUEIrA disse...

Quem diz que uma pessoa de 18 anos tem um fach dramático é porque é burro. Se esse comentário vem de um docente de canto, pior ainda, deveria ser fuzilado em praça pública.
Lírico-dramático???que raio de classificação é essa? Quando muito spinto.
Recomendo vivamente que leiam "the Kloiber", para ver se aprendem alguma coisa.

Meow disse...

Pepe, já agora uma correcção. A "galardoada" Sónia Grané não tem 18 anos, mas 21 ou 22. Ah, só um aparte: a ária cantada na final já ela a canta há alguns 3 anos (já a ouvi cantar isto numa master-class). Para além de que, segundo consta, não era uma das árias incialmente obrigatórias para a final.

pEdrO fIgUEIrA disse...

Felizmente alguém teve consciência e retirou a lista das árias obrigatórias. Aos concorrentes foi dada a hipótese de mudarem as árias de ópera a concurso.
Quando se vai a um concurso deve-se levar repertório que já esteja na voz.
Há gente que faz um circuito de anos nos concursos sempre com o mesmo repertório. Não é por aí que a rapariga pecou.
Há literatura escrita sobre o que se deve levar para audicionar. Lembro-me de um livro pequenino vermelho da PETERS, mas há mais.
Quando tiver tempo falo disso.

Ricardo disse...

Também estive presente na final do concurso.

Relativamente à tabela das classificações, eu não teria mudado assim tanto quanto isso. Começando pelo 1º prémio, creio que deveria ter sido atribuído à soprano Ana Maria Pinto, que foi quem revelou maior controlo técnico, quem executou o repertório mais difícil e quem melhor soube vencer as dificuldades do repertório. À parte de alguma imperceptibilidade do texto na canção portuguesa, o Messiaen (difcílimo) e a ária de ópera (igualmente dificílima) foram executados de forma extremamente eficiente.

O 2º lugar, para mim, deveria ter sido atribuído ao Carlos Nogueira. Técnica impecável e interpretação extremamente bem conseguida. A única coisa que me fez pensar que talvez não merecesse o 1º prémio foi o facto de ter escolhido uma canção portuguesa um bocadinho "murcha" tecnicamente apesar de ser bastante bem disposta.

Em 3º lugar, deveriam ter ficado em ex-aequo Susana Gaspar e Sónia Grané. A tendência geral tem sido a de crucificar a Sónia, mas na minha opinião ela fez uma prova muito boa, à parte de algum abrutalhamento nas passagens de coloratura da ária de ópera. Tirando isso e uma técnica a necessitar urgentemente de um professor novo, ela cantou muitíssimo bem com um domínio sobre a tessitura aguda que mais ninguém naquele concurso demonstrou, nem mesmo a Ana Maria Pinto a quem eu atribuiria o primeiro prémio. Claro que isso talvez tenha a ver com a natureza da voz de cada uma delas, mas num concurso avalia-se a voz mostrada e não os meios pelos quais é produzida: talento ou trabalho não são critérios num concurso.

A Susana Gaspar fez uma prova absolutamente BRILHANTE na parte das canções, mas a ária não lhe ficou bem na voz e ressentiu bastante por isso.

Eu atribuiria o 4º lugar à Raquel Luís. Foi sem dúvida a voz que mais encheu a sala embora a ária de ópera não tenha sido, na minha opinião, uma escolha completamente feliz. Teve momentos muito bons, mas teve também diversas passagens menos bem conseguidas (abordagem ao registo agudo). No entanto, foi uma prova artisticamente muito bem conseguida e merecia sem sombra de dúvida ter sido classificada.

Quanto aos prémios de interpretação de canção, acho que deveriam ter ido os 2 para a Susana Gaspar, quem foi quem melhor esteve neste "departamento". Foi absolutamente vergonhoso atribuir este prémio a uma pessoa cuja dicção era completamente imperceptível: repertório de canção não é voz, é texto. A partir do momento em que esta parte está comprometida, jamais se poderá considerar uma boa interpretação, quanto mais a melhor da noite.

O sr. Oliveira Lopes devia ter vergonha na cara, e mais não digo.

Quanto ao prémio do público, acho um pouco injusto dizer-se que a Sónia Grané andou a "passear-se" no meio do público, porque isso já cai um bocadinho na implicância pessoal e é mentira. Durante as votações, a Sónia esteve na entrada do teatro e eu vi porque estava a falar com uma pessoa e ela estava ao lado com 2 pessoas. A prova dela não foi isenta de erros e são esses erros que devemos apontar, senão caímos nas apreciações baseadas no mesmo tipo de critérios que atribuíram o prémio de melhor interpretação de canção portuguesa.

My 2 cents...

Meow disse...

Sim, esse livro da Peters chama-se "The Art of Auditioning" e eu tenho cá em casa. É bastante útil!

Jorge disse...

Este concurso está inquinado desde as primeiras eliminatórias. Só quem esteve presente pode ter noção da vergonha que elas foram...

Anónimo disse...

Uma vergonha do princípio ao fim! Começou mal e claro...tinha de acabar de igual modo. Desde a primeira eliminatória (falo da do Porto porque não sei como se passou em Lisboa) que foram apenas erros/cunhas/compadrios.
A tão falada contralto (aluna do O.L.) nem da primeira eliminatória deveria ter passado. Havia gente de nível bastante superior, mas como não eram alunos da ESMAE, de pouco lhes adiantou ter concorrido.

Como é possível a Ana Maria Pinto não ganhar nenhum prémio?? Como é possível que tenha ganho uma bolsa da Fundação Gulbenkian, e neste concurso não ganhar sequer um prémio??
É de mim, ou algo de grave se anda a passar????

E sobre o comentário bastante infeliz do Sr. presidente do concurso...Como profissional da área, deveria saber que os melhores cantores (a maior parte)no nosso país vêm do Norte. Mas nem é preciso referir isto. Bastaria apenas não ter feito esse comentário infeliz. Até parece que tem algum complexo de inferioridade e que precisa imenso de auto-elevar a sua escola e o ensino lisboeta.
A ESMAE deveria reagir de modo apropriado ao comentário do W.D.. Da maneira como ele falou em directo na rádio, pôs em causa todo o trabalho que se desenvolve nessa e outras instituições.

Posto isto, só posso concluir que com concursos assim feitos por gente deste calibre, nem vale a pena sequer pensar em concorrer.
Mas já diz o ditado..."o cão ladra e a caravana passa!"

Anónimo disse...

A Ana Maria Pinto ganhou a bolsa da Gulbenkian para ir para fora e desde aí está a cantar muito pior. Está com uma voz presa, sem cor e técnicamente muito muito fraca. Qualquer pessoa com o mínimo conhecimento notou isso na final em Lisboa.
O Carlos interpretou bem a ária de Ópera mas no geral parecia um cantor epilético. A voz está muito na boca e por vezes isto origina uma voz descontrolada como foi visível em todas as provas em Lisboa.
A Raquel foi pena. Sem dúvida que foi a única a encher o auditório. Além de uma voz muito agradável mostrou que tecnicamente está bem de saúde. Algumas notas agudas não saíram tão bem, mas isto é próprio de uma Mezzo em formação. Vamos vê-la cantar daqui a uns anitos. Se continuar assim, vai ser espectacular.

Ricardo disse...

Em resposta ao último anónimo, eu ouvi a Ana Maria pela primeira vez e achei que de toda a gente foi quem executou repertório díficil com maior sucesso. Se está a cantar pior ou melhor, não sei. Mas que não acho que tenha cantado, não acho!

Relativamente ao Carlos, não entendo o conceito de "voz na boca" e acho um bocadinho exagerado chamá-lo de cantor epiléptico. Se acha que se mexeu demasiado, então que se diga que se mexeu demasiado.

Anónimo disse...

Não percebo o escândalo em torno deste concurso quando qualquer um sabia a priori que se tratava de um evento amador, se não mesmo anedótico. Bastava ter o conhecimento de quem ocupa o lugar de presidente de júri, vulgo burgesso Wagner. E o resto do júri? Incompetente e ignorante... A Ana Maria Pinto nunca poderia ter ganho, é óbvio. Não porque cantasse mal, mas porque Fernando Lapa e Messiaen é obviamente demais para a cultura musical do júri. As cunhas apareceram não só no Porto mas também em Lisboa, com o aparecimento surreal de um tenor na eliminatória de bradar aos céus, quando houve candidatos muito melhores que não foram sequer seleccionados. Apesar de tudo considero correctos os 1º, 2º, 3º e 4º prémios, considerando que o júri não teve ter tido em consideração apenas a prestação in loco mas a qualidade e potencial de voz (e a idade é um dado a considerar) demonstrados. Quanto à Raquel Luís, surpreende-me haver tantos comentários positivos. A mim pareceu-me uma múmia cantante. Talvez se houvesse um 5º Prémio...

Mirla disse...

Bem, já agora também deixo a minha opinião.
Assisti à eliminatória do Porto, semi final de Lisboa e Final. Sinceramente, o nível dos concorrentes era elevado e isso torna as decisões do júri complicadas e, na maioria das vezes, pequenos pormenores é que ditaram a passagem do concorrente para a fase seguinte não satisfazendo muitas vezes o gosto do público. Quanto à classificação da final, alterava muito pouco: O segundo pelo terceiro lugar. No entanto também lamento a Raquel não ter recebido nenhum prémio - era bom se houvesse um 5º.
Não acho que a Susana tenha estado assim tão bem, como se diz por aí, na interpretação da chanson triste. O francês não estava totalmente correcto, talvez se tivesse cantado um lied estivesse melhor.
Quanto ao prémio da interpretação da canção portuguesa, bem, não sei em que lugar se sentaram na final, mas eu até percebi o que a concorrente cantou. Já vi aí uns comentários sobre ter a voz no fundo do poço ou lá o quê, mas bem, ela é contralto e, sinceramente, acho que foi extremamente prejudicada por ter sido a primeira a cantar. Depois de um grande discurso feito AO MICROFONE por parte dos apresentadores, iniciar um concurso com uma contralto sem som atribuído, é normal que o público não fique impressionado.
Ah, queria deixar claro uma coisa: Eu conheço pessoalmente o juri todo que se apresentou, aliás, conversei com todo ele poucas horas após o concurso e, repito-me, que fique bem claro, para umas certas "más-línguas" que por aí andam, que o professor Oliveira Lopes ABSTEU-SE DE VOTAR NA SUA ALUNA! Como tal, antes que continuem a acusá-lo e ao juri do Porto pelo prémio atribuído à concorrente Sara Amorim que, por acaso era sua aluna, lembrem-se que foram os outros elementos do júri que, justa ou injustamente, lhe atribuiram o prémio.
Quanto à concorrente Ana Pinto, sem dúvida que levou repertório diferente, interessante, que o júri, ao contrário do que se diz por aí também, apreciou, no entanto, que fique claro também que a própria Ana Pinto assumiu que não tinha estado na sua melhor forma e, como todos sabemos, os prémios são atribuídos à prestação dos cantores no momento e não ao facto de poderem fazer melhor do que o que fizeram. Também acho que não se destacou ao ponto de receber fosse qual fosse o prémio. (e o júri do Porto, mesmo tendo ela estudado na ESMAE,pelos vistos concorda)
Parabéns a todos os concorrentes pelo excelente nível que o concurso demonstrou.

João Ferreira disse...

-Para já Pepe só conheço o do Real e sendo assim prefiro não me meter contigo pois arrisco-m a levar uma biqueirada/chuto nos dentes...

-Em segundo lugar deves ser provavelmente um cantor que não foi seleccionado o que explica este teu post aqui na revista "Maria" dos cantores...
Alias foi de facto um concurso à Portuguesa diz o senhor "Anónimo"...gostei muito da frontalidade com que o senhor aparece e concordo com a descrição "concurso à portuguesa" não pela qualidade dos concorrentes mas pelos comentários pós-decisão do júri feitos por vários senhores anónimos. Já agora, também achei muito engraçado o "Obrigado pela coragem" de alguém que depois assina como "anónimo"...claro que isto é válido para todos os anónimos.

-Em terceiro lugar vou-me abster de opinar a prestação dos cantores porque para isso está lá o júri e se este é sempre o mesmo é porque de facto não deve haver melhor para avaliar cantores a este nível.

Quero deixar um abraço a que leu este comentário até ao fim e outro aos senhores que corajosamente assinaram "anónimo"

PS: e que ninguem diga mal da ESMAE :)