segunda-feira, 27 de outubro de 2008

cOnsIdErAçÕEs

Como é sabido estive à bem pouco tempo em Londres, aproveitei ao máximo para ver tudo o que me era possível nos dias em que lá estive. Teatro, ópera, recitais e visitas aos museus e outros espaços culturais......
Duas noites seguidas na ENO, três óperas, Cavalleria rusticana, Pagliacci e Partenope, todas cantadas em inglês.

1ª noite 15 de Outubro Cavalleria e Pagliacci
Ambos os elencos eram bastante bons mas o do Pagliacci melhor e essa ópera tambem funcionou melhor em inglês, excelente trabalho de tradução e escrita de algumas partes com situações e expressões idiomáticas.
O cast da Cavalleria era bom, talvez para o barítono Roland Wood a personagem seja ainda cedo, uma Mamma Lucia (Kathleen Wilkinson) fantástica que no final em vez de cantar o lá escrito canta o dó escrito para a Santuzza abafando o resto do elenco. Muito bem encenado o cenário simples mas que cumpria a ideia do encenador. A cena foi localizada nos anos 30/40 do séc. XX talvez antes da 2ª GG. O cenário tinha o necessário e tudo tinha um sentido unificador na estória.
O melhor de tudo o coro. Ouvi o melhor coro de ópera, alguma vez por mim ouvido ao vivo. Brilhante poderoso super preciso, mesmo fora de cena e a abandonar a cena.
Um espectáculo + de 4 estrelas.
O cast do Pagliacci era excelente, enquanto actores e enquanto cantores, a cena tem lugar num qualquer teatro de província inglesa nos anos 70 do séc XX. Mais uma vez o coro esteve fantástico e sobressaiu do elenco o barítono Christopher Turner. A terrível ária do tenor precedida no não menos terrível recitativo, Recitar, foi bem cantada e bem posta em cena. A cena final foi hilariante, a cena é trágica mas estava de tal forma tão bem conseguida que conseguiu arrancar uma gargalhada do público inglês. O cenário bem conseguido, bem construído e uma direcção musical assinalável nas duas óperas.
2ª noite Partenope de Handel.
Cast superlativo, direcção musical arrebatadora com instrumentação antiga. 5 estrelas.
A cena estava localizada nos anos 20 em Paris de França, cenário fantástico, figurinos adequados e movimentação em cena absolutamente a que tinha que ser. Existe um trabalho fantástico dos actores/cantores que não cuibem de deixar de fazer alguns malabarismos enquanto cantam.
O 2º acto da ópera é diabólico recitativo-ária de bravura o tempo todo e para todos. Destacou-se do muito bom, de todos, Christine Rice que já tinha visto cantar nesta mesma sala o Nerone da Agrippina de Handel.
Quem tiver oportunidade de ir a Londres entretanto vá a ENO, que fica no Coliseu de Londres, pois esta produção está em cena até 12 de Novembro.
Cast: John Mark Ainsley, Rosemary Joshua, Christine Rice, Iestyn Davies, Patricia Bardon e James Gower.
Vale mesmo a pena ir, são três horas de meia de espectáculo fantástico.

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